quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Finanças pessoais

Administrar as finanças pessoais não é tarefa fácil. Muita gente tem dificuldade com o assunto. Segundo Flávia Augusto, consultora e contabilista da Augusto Contabilidade, empresa integrante do PQEC (Programa de Qualidade das Empresas Contábeis), de Rio Preto, as pessoas têm que aprender a administrar suas finanças pessoais como se fosse sua principal empresa, ou seja, quando você tem um negócio (empresa) você nunca deve gastar mais do que ganha senão esta empresa acaba falindo. "Na pessoa física temos que ter o mesmo pensamento, pois se temos um endividamento alto vai demorar para conseguir equilibrar seu negócio que neste caso é sua vida pessoal". Esse assunto é pauta da próxima edição da revista Gente&Negócios, que circula a partir do dia 20 de outubro.

Acompanhe dicas da contabilista Flávia Augusto de como administrar suas finanças pessoais.

1- Quando usar o cartão e não o cheque especial?
Flávia - O cartão de crédito deve ser usado quando o consumidor tem total conhecimento da sua capacidade de quitar sua fatura em dia, assim não entra na cobrança de juros, já o cheque especial o consumidor quando utiliza a instituição financeira cobra as taxas sobre os valores utilizados.

2- Quanto deve ser investido/gasto mensalmente em cada item das despesas pessoais (moradia, transporte, alimentação, lazer, etc.)?
Flávia - Esta questão é complexa de ser respondida já que nem todos possuem as mesmas despesas, porém, o que saliento é de que coloque todas as despesas em uma planilha e tente montar uma média de gastos dos últimos três meses, para se saber até quanto utilizar mensalmente de sua receita. Por exemplo: uma pessoa de uma classe social elevada irá gastar mais com educação do que uma pessoa de baixa renda, assim como transporte. A pessoa que possui automóvel terá gastos com este item muito superiores a pessoa que não possui.

3- É importante separar um quantia pra lazer, quanto?
Flávia - A vida não é só trabalho. É importante para nosso bem estar destinarmos um tempo para nosso lazer, porém muitas pessoas em momentos de crise financeira, gastam muito com o lazer. Já para sabermos quanto gastar com o lazer mensalmente devemos incluí-lo em nossa planilha de orçamentos. Assim como transporte, alimentação, saúde, habitação, educação, o lazer também deve fazer parte desta lista de gastos.

4- E se não sobra, de onde pode/deve ser tirado?
Flávia - Quando não sobra devemos analisar a melhor opção de crédito (mais barato), evitando grandes endividamentos e procurando analisar onde foram efetuados os gastos, e como podem ser diminuídos para o próximo mês, com a sobra liquidar as dívidas.

5 - Por que a maioria das pessoas acha tão difícil lidar com a contabilidade pessoal? Isso é um fato ou mito?
Flávia - Quando o assunto é dinheiro a maioria das pessoas não gosta nem de comentar. Muitos não admitem que não sabem lidar com suas finanças pessoais, que sua falta de preparo e conhecimento causam problemas profissionais, pessoais e porque não, emocionais e familiares. Na minha opinião isso é um Mito, pois a falta de interesse das pessoas em administrar os próprios rendimentos achando desnecessário planejar os gastos e investimentos, faz com que elas achem isso difícil. Existe uma maneira simples de administrar tudo: uma simples planilha em Excel, ou até mesmo um caderno de anotações ajuda na administração de seus rendimentos e gastos.

7- Quanto deve-se poupar mensalmente?
Flávia - Sou da opinião de que quanto mais poupar, melhor. Mas, por outro lado, viver também faz parte. Até que ponto poupar dinheiro e não se divertir é a melhor opção? Devemos fechar nosso mês sempre no azul e guardar um "dindim", sim! Algumas mudanças de hábitos podem ajudar, não vamos deixar de nos divertir com amigos e família só pensando em guardar dinheiro, mas temos que ter o equilíbrio financeiro. Temos que pensar no nosso bem estar de maneira ampla. Algumas mudanças de hábito podem ajudar, pois hoje vemos o consumismo em alta, as pessoas comprando por ver roupa, sapato, TV, entre outros bens. E se estão baratos, não analisam se vai ser útil, ou se realmente é necessário naquele momento. Se pararmos para pensar e procurarmos comprar aquilo que realmente precisamos não estouramos nosso orçamento mensal, conseguindo fechar o mês no azul e poupar um dinheiro. Mas quanto devemos guardar então? Alguns especialistas dizem que devemos poupar 10% dos nossos rendimentos, outros, já são mais audaciosos, orientando aos investidores aplicarem em torno de 30%. Só você pode saber realmente o quanto deverá ser poupado. Estabeleça um mínimo, como por exemplo 10%, e um máximo (para não ficar no sufoco também).

9- Qual a principal causa no Brasil que leva ao endividamento financeiro de pessoa física? Flávia - O endividamento das pessoas físicas, principalmente com o cartão de crédito, vem preocupando o País. O aumento constante das dívidas é algo surpreendente. Um dos motivadores desse impacto na sociedade são as agressivas propagandas e o trabalho de marketing que as facilitadoras de crédito vem fazendo. Outro motivo são as facilidades que uma pessoa física tem em adquirir cartões de créditos, onde muitos utilizam os mesmos como complementação de renda, esquecendo que no próximo mês a mesma deverá ser quitada.

10- Cartão de crédito, cheque especial, crédito bancário atrelado ao salário, aquisição de bens via prestações e financiamentos longos, como controlar isso para não se envolver em uma bola de neve? Flávia - Sempre olhando para o seu orçamento mensal. Verificando sua renda e seus gastos, procurando fazer um planejamento e controle de gastos, e não deixando que seus gastos sejam maiores que suas receitas. É preciso adquirir o habito de analisar extratos bancários e cartão de credito para saber o que já foi gasto e o quanto poderia se gastar para não estourar seus orçamentos mensal. Se verificar que está entrando em uma bola de neve, procure alternativas de créditos mais baratos, liquide dividas maiores e tenha consciência de que não poderá assumir mais compromissos financeiros.

11- Ao se ver completamente endividado e com o nome restrito, como a pessoa pode fazer um plano para salvar as próprias finanças? Flávia - Primeiramente resistir as tentações de consumo, vivendo de acordo com a sua realidade econômica sua e da família.
Algumas dicas para que podem ajudar a saúde financeira:
- Cortar os gastos supérfluos, certifique-se de os valores que estão sendo cobrados são os realmente devidos;
- Procure os credores explique a situação que está passando e tente renegociar novas condições de pagamento;
- Certifique-se de que não está sendo vitima de cobranças abusivas, tente trocar divida cara (juros altos) por uma mais barata, se sobrar dinheiro procure liquidar as dividas mais caras;
- Busque fontes alternativas de renda, estabeleça um plano para acabar com as dividas e estabeleça prazos e metas, assim que as dividas forem liquidadas planeja-se e esforce-se para criar uma reserva de emergência.

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